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Uma carta para você ...

sexta-feira, 3 de junho de 2011
Vó, Mamama, minha Segunda mãe. Tenho sempre muitas e muitas coisas que queria te dizer, que queria te desabafar. Desde que me conheço por gente estou debaixo da sua saia, ganhando comida na boca e menus aleatórios toda vez que te visito. O que é muito irônico, já que agora estou aqui, na tua casa, sozinha. Me virando, vó. Sério. Não sei como. Quero te dizer que eu consegui aguentar a dor de ter perder, simplesmente porque sei que você ainda não saiu do meu lado. Quero dizer que a tua lembrança é o momento mais alegre do meu dia, e que quando chego em casa consigo sentir ainda aquele cheiro de batata frita que vinha da cozinha.
Sei que tudo está muito diferente pois, convenhamos, eu não sou a mulher mais caprichosa do mundo, mas tento ao máximo deixar as coisas do teu jeito. Tenho que te contar que não foi fácil te perder, na verdade foi bem difícil. Depois da dor inebriante vem a mágoa corroedora que tempos depois é substituída pela saudade pertada. É só depois que consegui sentir a lembrança gostosa. Eu lembro do teu riso, do teu cheiro. E cada vez que escuto aquele toque de celular com a criancinha rindo sem parar, eu choro. Choro como um bebê, pois foi a última vez que te vi rindo.
E faltou tanta coisa pra nós ... Queria te levar pra jantar, te mostrar todas as coisas que tu não conhece ainda, queria te apresentar pra todos os ex que tu não chegou a conhecer e ainda assim pra todos os futuros que vão vir. E te dizer o quanto eu te amo. E te dizer que a cada dia te amo mais.
Mas sei que ainda posso fazer tudo isso, porque você está sempre no meu pensamento. O que dói é não poder te beijar, te abraçar. O que dói é não poder recuperar todo o tempo que perdi do teu lado nos meus vícios adolescentes. Recobrar todo o tempo que deixava de ir pra tua casa pra ficar com amigos ou ficar mexendo na internet.
Mas ainda posso sonhar contigo, e nos meus sonhos te aproveito ao máximo. Te levo para viajar, para jantar, mato saudade daqueles abraços apertados que só vó sabe dar. Nos meus sonhos consigo sentir o gosto do teu sorvete que comia escondida de madrugada, lembra ?
Eterna saudade. Nunca, mas nunca vai passar.
Só queria dizer isso. Que te amo. Simples assim.

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RÁ. Te peguei